Estudos anteriores já haviam demonstrado a segurança da vacina contra a Covid-19 em pacientes com doenças cardiovasculares, incluindo a insuficiência cardíaca. Além disso, existem evidências de que o risco de complicações decorrentes da infecção pelo coronavírus é maior em pessoas com a condição em comparação com aqueles que não possuem a doença.
Agora, o novo estudo analisa o prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca de acordo com o estado de vacinação contra a Covid-19. Para isso, os pesquisadores analisaram a base de dados do Serviço Nacional de Seguro de Saúde da Coreia, que abrange quase todos os residentes da República da Coreia, para obter informações sobre vacinações e resultados clínicos.
No total, foram analisados 651.127 pacientes com 18 anos ou mais com insuficiência cardíaca, com idade média de 69,5 anos. Do total, 83% foram vacinados contra a Covid-19 e 17% não foram.
Para controlar os fatores que poderiam influenciar nos resultados, os investigadores realizaram uma correspondência 1:1 de pacientes vacinados e não vacinados de acordo com a idade, sexo, outras condições de saúde (como hipertensão, diabetes, colesterol alto, entre outros), renda e região de residência. Isso resultou em 73.559 pacientes vacinados e 73.559 pacientes não vacinados para as análises comparativas.
De acordo com o estudo, a
vacinação contra a Covid-19 foi associada a um
risco 82% menor de mortalidade por todas as causas,
47% menor de hospitalização por insuficiência cardíaca e
13% menor de infecção por Covid-19 em comparação com a não-vacinação.
Além disso, a vacinação foi associada a riscos significantemente mais baixos de AVC (acidente vascular cerebral), ataque cardíaco, miocardite/pericardite e tromboembolismo venoso, em comparação com a não vacinação.
“Esta foi a primeira análise da eficácia da vacina COVID-19 em uma grande população de pacientes com insuficiência cardíaca e a primeira a mostrar um benefício claro da vacinação. O estudo fornece fortes evidências para apoiar a vacinação em pacientes com insuficiência cardíaca”, afirma Kyeong-Hyeon Chun, do Hospital Ilsan do Serviço Nacional de Seguro de Saúde, em Goyang, na República da Coreia, e autor do estudo, em comunicado à imprensa.
“No entanto, esta evidência pode não ser aplicável a todos os pacientes com insuficiência cardíaca, e os riscos da vacinação devem ser considerados em pacientes com condições instáveis”, afirma.