Alunos dos 2º. Ano, do Ensino Médio, da EREFEM Conselheiro Samuel Mac Dowell/PE, participam do Projeto Guarda-Chuva, promovido pelo Grupo de Pesquisa Práticas Discursivas na Amazônia (PDA), campus Cacoal-IFRO, que realiza em 2024, o V Simpósio, em parceria com os Grupos GP Lin-UNIFAL, MG; GP DSS-UNICAP, PE e demais colaboradores.
Nesse projeto interdisciplinar intitulado Aspectos históricos das comunidades quilombolas de Catucá e Zumbi dos Palmares, coordenado pela professora Marcia Antonia de Souza Carvalho, buscamos relacionar o aporte teórico com os aspectos do cotidiano dessas comunidades, entre as aulas na escola dos componentes de Língua Portuguesa e Geografia com a visitação a locais pertinentes ao projeto, como por exemplo o museu da abolição no Recife/PE, com a finalidade de estimular o conhecimento e compreensão dos alunos, de outras subjetividades em suas relações históricas, sociais e culturais.
Nesse sentido, o processo de escravidão no Brasil, ao longo dos anos,tratou de contar e recontar seus aspectos históricos, mas como podemos constatar, esses escritos foram adquirindo o sentido que o pensamento histórico, a cada época, delineava sobre o que era ser escravo em terras brasileiras. De acordo com Souza (2012)a historiografia da América priorizou temas como o descobrimento, a conquista e a colonização, se estabelecendo na história brasileira a noção de descobrimento, desprovida de uma consciência reflexiva em torno da aculturação e violência simbólica imposta pelo colonizador português aos povos africanos aqui escravizados.
Na esteira disso, ao longo da história os textos produzidos muito evidenciaram sobre a violência física aos escravos, sem grandes considerações a violação maior, no caso, a tentativa do apagamento da Cosmogonia Africana, dado que esse povo foi impedido de se manifestar em sua natureza humana abarcada pelo seu repertório cultural, religioso e social.
Desse modo, trouxemos para sala de aula o tema aqui proposto com a intenção de refletir e dialogar sobre as nuances relacionadas a história, numa relação com os aspectos da linguagem e da geografia acerca das comunidades quilombolas, possibilitando a ampliação e construção de um conhecimento comprometido com o reconhecimento da diversidade humana coletiva e individual, respeitando as singularidades de saberes e culturas.
Foto 1:Aulaexpositiva dialogada (relações étnico-raciais)
Referência:
SOUZA, Laura Oliveira Carneiro de. Quilombos: identidade e história. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.