Ademilson Tardetti (55) mostra sua plantação de milho destruída por enchentes em Guaíba, Rio Grande do Sul
09/05/2024 – REUTERS/Amanda Perobelli[/caption]
O agronegócio gaúcho pode ter perdido cerca de R$ 3 bilhões em decorrência das enchentes que assolam o estado, e deve levar ao menos uma década para a normalização do cenário, segundo estimativas da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgadas nesta segunda-feira (27).
A Farsul realizou um levantamento com apoio do projeto S.O.S Agro RS, que representa 2.025 produtores do estado.
De acordo com o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, o cálculo é baseado na área de produção inundada.
Da Luz reforça que a estimativa ainda é preliminar, pois não considera as potenciais perdas em áreas não inundadas — que não estão sendo colhidas — e da produção que já foi colhida.
Segundo o levantamento, 347 produtores informaram prejuízos, totalizando pouco mais de R$ 467,6 milhões — média de R$ 1,4 milhão por ocorrência.
Ao todo, 550 agricultores responderam o levantamento. Muitos ainda não foram entrevistados, pois não tem acesso à produção para fazer as estimativas.
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Dentre os respondentes, cerca de 73% são pequenos produtores. Desses, 63,4% integram o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), enquanto os demais são agricultores familiares.
Em coletiva de imprensa para divulgar os resultados, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, comentou que o agronegócio já chegou fragilizado nessa safra por conta de secas que afetaram o último ciclo de produção.
“Dentro de uma situação de calamidade, o Rio Grande do Sul precisa de uma situação de solução excepcional por parte do ente federal”, cobrou Pereira.
O presidente da Farsul diz que há grande expectativa com a vinda da operação itinerante do Ministério da Agricultura no estado.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, deve ir ao estado nesta terça-feira (28). Pereira espera que sejam anunciadas medidas para minimizar os impactos no agro.
Dentre as demandas da Farsul está uma nova linha de crédito para que os produtores possam sanar suas dívidas que vencem este ano. A proposta da entidade é uma linha de crédito com prazo de 15 anos, dois anos de carência e amortização de 3%.
O levantamento do S.O.S Agro RS aponta que 96,5% dos produtores vão precisar de crédito para garantir a normalização dos trabalhos.