A defesa, além de discordar dos motivos que levaram à prisão, citou pontos relacionados à condição de saúde do ex-chefe da PCERJ. A Procuradoria-Geral da República, no entanto, afirmou, em manifestação que “não há comprovação documental de seu estado clínico e da necessidade de intervenção médica que a unidade prisional não seja capaz de oferecer”.
O PGR, Paulo Gonet Branco, ainda defendeu o envio de ofício à Secretaria de Administração Penitenciária para que “realize a avaliação do seu estado atual de saúde, atestando eventual necessidade de cuidados específicos e continuados, mediante a elaboração de relatório médico detalhado”. Moraes atendeu a demanda e deu prazo de 48 horas para cumprimento.
Em março deste ano, uma operação da PF prendeu os suspeitos de mandar matar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. A operação também mirou crimes de organização criminosa e obstrução de justiça no Caso Marielle.
Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ); o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.
Na última semana, a PGR apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra quatro pessoas. Foram responsabilizados pelo duplo homicídio: o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Inácio Brazão, o deputado federal João Francisco Inácio Brazão, Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior e Ronald Paulo de Alves Pereira.
A PGR considerou que Marielle foi morta por representar um obstáculo para os interesses econômicos dos irmãos Brazão. “Marielle se tornou, portanto, a principal opositora e o mais ativo símbolo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos. Matá-la significava eliminar de vez o obstáculo e, ao mesmo tempo, dissuadir outros políticos do grupo de oposição a imitar sua postura”, escreveu Hindemburgo Chateaubriand, vice-procurador-geral da República.